terça-feira, 29 de março de 2005

MENOS PAREDES, MAIS PONTES.

Dois irmãos, que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramenta de carpinteiro na mão.

- Estou procurando trabalho, disse ele.
- Talvez você tenha algum serviço para mim.
- Sim, disse o fazendeiro. Vê aquela fazenda ali, além do riacho?
- É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo.

Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois a use para construir uma cerca bem alta.

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro.

Mostre-me onde estão a pá e os pregos. O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de uma cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:

- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo o que lhe contei.

Mas, as surpresas não pararam por aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio, mas de repente, num só impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.

O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.
- Espere, fique conosco!

E o carpinteiro respondeu:

- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

"Talvez a grande lição que devemos tirar desta história é a de que nossa vida é curta para perdemos tempo com coisas bobas, e de que temos que aprender a construir mais pontes e menos paredes em nossa vida".

Um comentário:

Anônimo disse...

Agora sim Ivo.
Moleza...